30 de julho de 2014

Hamptons ou Salinas?


De braços abertos, o sol espera por todos igualmente

Por que será que, quando chega a temporada de Verão em Belém, bate aquela vontade quase irresistível de viajar rumo a algum lugar especial? Você não sabe? Nem eu! Mas deve ser porque, mesmo com toda a agitação do dia a dia urbano, temos uma necessidade essencial de contato com a natureza. E, mesmo que pensemos ser apenas uma escolha racional, do tipo " estou de férias e o momento é para isso mesmo...", o motivo (real) é bem mais subjetivo. Observemos juntos, será que é só porque se está de férias (ou os filhos o estão), que se deve a todo custo “desdobrar-se”, na complicada logística das viagens (principalmente as familiares), só para atender a um apelo atávico/ cultural (ou aos anseios da garotada)?

Com certeza, não! Existe naqueles (os pais) também essa “criança interior” – e ainda bem, pois ela representa, dentre outras grandezas, o lado lúdico do ser humano – que precisa correr descalça pela areia úmida da beira da praia; sentir o cheiro terra molhada de chuva; brincar de "artilheiro" na grama fresca de um campinho de futebol; ou de "fada", na névoa que antecede o sol das 8: 30 h, em um sítio bem lá no interior do estado. Você "viajou" até sua infância? Então isso significa que você tem boas recordações!

Para muitas pessoas, esse é o “recarregar das baterias”; ocasião em que o pé na Terra é, antes de tudo, a mais pura e simples expressão da verdade. Não é por acaso que algumas terapias holísticas e abordagens em fisioterapia utilizam-se desse recurso sensorial. Pois, quando nossos pés descalços tocam a terra, existe uma troca de energia natural (logo, nada de misticismo)  algo parecido com o que, na Física, é chamado neutralização: o corpo libera uma energia oxidativa e recebe uma carga regeneradora, estimulando ainda terminações nervosas e a sensibilidade saudável dos pés. Esse é o motivo pelo qual muitos relatam bem estar nessa prática.

Parece Belém, mas é Veneza!

Mas a dúvida que fica a cada início de temporada de férias é: Hamptons ou Salinas? Orlando ou Fortaleza? Caribe ou Rio de Janeiro? Uruguai ou Florianópolis/ Jurerê? Já sei: Fernando de Noronha! Ainda bem que nem todos resolvem sair em viagem no mesmo período do ano, senão o que seria do tráfego aéreo e rodoviário? E, apesar dos charmes e atrativos das cidades litorâneas, sobretudo durante o Verão, terem sido desde sempre o roteiro predominante, existem aqueles que preferem fugir do calor seguindo em direção à neve, para destinos como Bariloche ou Aspen (onde o Inverno acontece no período de dezembro a março). E olha que, até agora, só ficamos nas opções dentro das Américas... Todavia, existem centenas de outros destinos internacionais fabulosos, como Praga, Istambul, Veneza, Londres, Sydney e Tóquio. E você, também ama conhecer novas culturas?

Música que é a cara de uma boa viagem
(Detalhe: a parte urbana foi gravada em Praga)

Independentemente de sair em viagem de férias, os cuidados com a pele, os cabelos e o fashion appeal nesse período são redobrados, tanto pela intensidade da radiação solar quanto pela exposição (vamos confessar, passamos meses malhando, só esperando a hora de ir à praia com “tudo em cima”). Para os cabelos, leave-in com filtro solar médio/ alto promete garantir que não estejam detonados ao final do período. Para a pele, o fator de proteção recomendado atualmente é de, no mínimo, 45 FPS – preferencialmente com amplitude UVA/UVB, e sempre naquele horário: antes das 9: 00 h e após as 16: 00 h. Durante o intervalo de radiação mais intensa (entre 9 e 16 h) deve-se optar pelo bloqueador solar a partir de 60 FPS.

Coordenando com a maquiagem, os primers incolores com fator de proteção a partir de 20 FPS são uma boa pedida. E não se esqueça do chapéu (pode ser o panamá, em alta nesta temporada, tanto para as mulheres quanto para os homens), nem dos óculos escuros (também com proteção UVA/UVB). Para quem ainda vai viajar, a trend, em matéria de traje de banho são os biquínis em tricô e crochê mesclados a peças em material sintético (o legal aqui é escolher as que tenham acabamento mais fosco, assim o ponto de encontro entre os materiais/ tecidos torna-se justamente esse aspecto). Outra dica é harmonizar pelas cores (daí a importância do círculo cromático, que vimos no post “Lapidando as cores”). Você também pode criar pontos de contato, do tipo: a parte estampada tem flores amarelas, então isso coordena bem com uma peça lisa no mesmo tom, etc.


23 de julho de 2014

Chic Drop! Este tal de Vintage


"Vintage" shape: irretocável!
(Detalhe: o figurino acima foi feito na atualidade. Incrível, não?!)
Muito se fala a respeito dele, mas nem todos sabem exatamente o que o termo Vintage quer dizer. O significado, em princípio, era somente de algo realmente antigo, assim como ainda consta no dicionário. Para os vinhos, a nomenclatura corresponde a uma safra de qualidade excepcional, não necessariamente antiga. Porém, mais que um status de excelência e modelo de roupa, sapato ou acessório, o sentido essencial designa um estilo de vida, um gosto pelo que é ou tem aspecto “antigo”. É, como diz uma amiga minha, "ver o mundo em sépia", referindo-se à lente e ao filtro usados na máquina fotográfica e no Photoshop.

A diferença entre Retrô, Vintage e Antiguidade, por sua vez, está na idade e na "autenticidade temporal" do item em si: O primeiro é feito na atualidade com referências e materiais que remetem a épocas passadas (como indica o próprio termo retrô), mas não é simplesmente uma cópia, é uma homenagem, um resgate do valor não monetário que o objeto possuía e pode voltar a ter; O segundo corresponde a algo que tenha menos de cem anos de idade e mais de vinte (geralmente convencionado entre as décadas de 1930, 40, 50 e 60); e O terceiro é todo artigo que tenha mais de cem anos de idade.

Decoração retrô vintage, exemplo minimalista

Quem segue um estilo vintage/ retrô é, muitas vezes, chamado "descolado" ou "antiquado", dependendo de onde vive: se está em uma grande metrópole, como São Paulo, receberá o primeiro adjetivo; se mora em uma cidade pequena, é "rotulado" com o segundo. Vemos, assim, que essa coisa de "rotular" pessoas é realmente ultrapassada, e no mau sentido da palavra. Nos setores de Arte e Design de Interiores, que andam sempre lado a lado, a tendência é muito presente. Um belo móvel ou artefato "envelhecido", bem conservado e devidamente restaurado/repaginado, ganha um charme todo especial, capaz de conferir ao ambiente um toque de originalidade e aconchego. Reutilização, além de útil, sustentável!

Gostaria muito escrever sobre esse tema sem ter que mencionar a Amy Winehouse, mas é impossível. Pois, foi ela quem “deu a cara aos tapas”, quando resolveu vestir o que vestiu e cantar o que cantou. Fez isso de modo tão natural (e sem clichê) que o mundo se curvou ao seu talento. Na "clareira" aberta pela estrela, agora elevada a mito, também conquistaram espaço nomes como DuffyDionne Bromfield, Adele e Mayer HawthorneAdentrando por influências que passam pelo Jazz, R&BBlues, SoulBossa Nova, dentre outros, têm feito grande sucesso com esse estilo musical (e pessoal) que segue na contramão do Pop (embora esse já tenha sido inevitavelmente influenciado por aquele)Soam como algo que já se ouviu nos anos 50, 60 e 70, contudo, trazem o frescor e o belo verniz das novidades.

Mayer Hawthorne: um cara do "passado"

Não se tratam, portanto, só de regravações (muito menos de plágios), mas do redescobrimento de sonoridades realmente interessantes e menos alienantes que tantos “bate-estacas” sem sentido (e não estou aqui falando dos autênticos gêneros eletrônicos, como o Trance e o Dubstep). A influência desse movimento alcança ainda o chamado Indie, música alternativa/ underground que reúne àquelas tendências uma pegada Rock, Folk e Synth. Como seus expoentes, podemos mencionar Lana Del Rey (a musa com voz de cantora da Era do Rádio), Florence Welch (claramente influenciada pelos vocais de Annie Lennox), LordeThe Last Shadow Puppets, Keane e Hurts.

Desse modo, nasce um Retrô como desmembramento do Vintage, uma releitura sobre ele. Um modus operandi que ultrapassa o ramo das Artes, entra pela Sociologia e floresce lindamente na criação de Moda. Há, inclusive, grifes que se especializam em roupas com modelagens e detalhes de épocas passadas. O resgate de itens ignorados durante alguns anos surge como o novo cool – óculos com lentes arredondadas e também o estilo wayfarer; coques no topo da cabeça e tranças, para as mulheres; cortes clássicos bem arrumados, para os homens, junto com um bigode bem cuidado ou uma barba meio desajustada, intencionalmente planejada; etc. Impressionante, não é mesmo? Até quem se achava muito contemporâneo está usando, seguindo o ritmo natural da modaum mar de informações que sempre vão e voltam.


16 de julho de 2014

Nas pontas dos dedos - Parte 2

Adele Adkins: do nude ao tomato

Este texto faz parte da série “faça você mesma e fique maravilhosa”. Ele é a segunda parte de "Na ponta dos dedos" e agora falaremos sobre maquiagemA principal tendência, atualmente, é uma pele de aspecto natural e leve. Por isso, a make-up deve ser complemento, não fantasia (a menos que você vá a um baile temático, do tipo “Alice in Wonderland”). Nada daquelas “caras rebocadas de argamassa” so much 80’s! Os olhos continuam smokey, mas bem menos carregados desde que Adele, finalmente, saiu do batom nude para o tomato. O foco de atenção no rosto não precisa mais ficar todo concentrado no topo, mas distribuído e, ainda assim, harmônico.

Vamos começar com a pele? Sim, uma boa maquiagem tem que começar pela limpeza e tonificação da pele. Água termal é sempre uma ótima aliada logo após essa primeira fase. A dica é: não enxugue com toalha, deixe secar/ evaporar naturalmente. Caso esteja com pressa, use o papel toalha de modo bem suave, sem esfregar a pele. Agora é a vez do filtro solar (para o dia) ou do hidratante (para a noite). Se notar que o hidratante prejudicará a aderência do primer, pode eventualmente "pular" essa etapa. Mas, lembre-se de que é necessário manter uma hidratação regular na pele, portanto o "pular" é uma exceção; o ideal aqui é encontrar produtos que funcionem bem em conjunto. Alguns primers têm tocoferol filtro solar, sendo perfeitos para proteção contra o sol intenso do Brasil. Se você optar por esse tipo, pode (também eventualmente) pular a etapa filtro solar.

O primer, feito geralmente à base de silicone cosmético, atua absorvendo oleosidades e corrigindo a textura da pele para os próximos produtos. Pode ser aplicado com as pontas dos dedos, de modo simples e muito prático. É recomendável testar antes do momento em que se pretende usar o produto de verdade, para ver se o acabamento é satisfatório para o que você deseja. O tipo transparente pode ser aplicado em todo o rosto (e há o específico para a região dos olhos, que ajuda a reforçar a fixação das sombras). Os tipos coloridos devem ser usados em pontos isolados, a menos que seja necessária uma neutralização facial completa. Mesmo assim, deve-se aplicar o produto de modo delicado para evitar depósito indesejado em pequenas áreas. Agora que você viu o círculo cromático será mais fácil entender a tonalidade que neutraliza as possíveis marcas e olheiras. Lembre-se: lilás neutraliza os tons amarelados, pois é seu complementar; cor-de-rosa é para as marcas acinzentadas (o produto "interpreta" como verde, neutralizando-as); e o verde claro para pontos/ áreas avermelhadas.

Berry lips: tendência forte

Os corretivos em bastão são muito práticos, mas nem sempre aderem muito bem na região dos olhos. Por isso, é sempre bom ter um de consistência fluida. Aplique-o com os dedos, em leves toques sobre a pele. Espalhe até encobrir somente as áreas necessárias. Lembre-se: leve, muito leve deve ser o efeito final. Seguem os mesmos princípios cromáticos que vimos anteriormente. Você também pode optar por um bb cream, produto que age uniformizando o tom da pele, além de atuar como hidratantepré-corretivo, filtro solar agente reparador (cientificamente comprovado). É importante testar previamente para observar se, quando seco, ele mudará de tom. Se for o caso, deve-se comprar um tom mais claro para compensar o escurecimento do produto. Tendência must have, ele é superleve sobre a pele e geralmente é fantástico como promete ser! Tenho amigas que o utilizam em casa mesmo, só para manter a pele hidratada de um modo mais "glam". Teste, descubra o que lhe atende melhor e invista!

Os mais recentes lançamentos do mercado dão conta de duas novas siglas, os cc creams e os dd creams (agora, a gente senta e espera pelos ee creams...). Cada um deles promete ir além do anterior, oferecendo cada vez mais benefícios. Mesmo com toda essa diversidade, o parâmetro de escolha é muito individual e cada mulher saberá o que melhor lhe servirá. Com a base, o segredo é optar sempre por uma base um pouco mais luminosa. Na dúvida entre dois tons, opte pelo mais claro e amenize na aplicação, para não ficar clown face (aquele efeito indesejado de pele muito clara em relação ao corpo). Use o pincel, depositando levemente em pequenos toques sobre todo o rosto e espalhe com a esponjinha macia. Lembrando sempre de manter um aspecto uniforme. Achei um vídeo ótimo para entendermos do que estamos falando, veja:

Passo a passo e comparação entre certo e errado

O blush é maravilhoso, sim! Com ele é possível ficar "bronzeada" ou simplesmente um pouco mais corada, sem ter que ir à praia ou comer dúzias de beterrabas (mas, se puder, coma pelo menos uma, será ótimo para sua saúde, ok!). É preciso calcular muito bem a quantidade e escolher uma cor que seja harmônica ao batom e ao seu tom de pele. A aplicação deve ser feita sempre em sentido ascendente  das maçãs do rosto em direção às orelhas , é claro, sem demarcar áreas pois a "concentração" desse produto deve ser bem suave. À parte, a licença poética concedida à inesquecível Anna Piaggi, a ninguém mais foi dado o "direito" de ornar a face com tamanha ousadia. Apesar disso, se é a sua praia, mergulhe. Se não é, mantenha-se em terreno onde já conhece o relevo. Tamanha visibilidade exige igual personalidade.

Smokey eyes: bem mais suave

Sombras, como usá-las? Como dissemos no início, os olhos continuam smokey, mas agora com a inclusão de mais tons perolados e dourados luminosos, o efeito dark look ficou mais suave. E o que é melhor, sem perder o charme. Um smokey bem feito ainda é receita certa de sucesso! Uma personagem que podemos citar como exemplo é Megan Parker-Marra, da novela "Geração Brasil". Ela usa e abusa do olho esfumaçado, mesmo durante o dia. Isso não é algo muito recomendado, mas faz parte do contexto criado pelos autores para a vida dela. E, de um modo geral, é necessário, sim, saber a hora e ocasião de "pegar leve" na cor e na quantidade. Porém, de um modo pouco óbvio, uma tendência desta temporada – e que promete continuar ao longo da próxima, realçando as peles douradas pelo Verão – é a gama de azuis, na gradação que vai do royal até o cerúleo. Vale a pena fazer o teste e observar se combina com você! Novamente recorremos ao círculo cromático para compreendermos a harmonização entre a cor dos olhos e as sombras mais adequadas:

Mesmo em Inglês, o esquema é semelhante

Gamas de sombras:
Areia, Bege e Dourado
Vintage Blue, Azul Cerúleo e Azul Royal

Com os batons, o efeito boca demarcada tem sido mais recomendado para a noite. Durante o dia, dependerá muito do evento e local. Os vermelhos, principalmente o tomato, os vinhos (também chamados berries, plural de berry – frutas vermelhas) e até mesmo o twilight red (vermelho crepúsculo) estão em alta. Laranjas, dos intensos, como o matte carrot  (cenoura matte), passando pelo terracota, até os papaya orange (laranja mamão), tanto o suave quanto o mais vibrante, são opções em alta. Lembre-se, os olhos estão dividindo o palco com a boca, então procure equilibrar os efeitos e tons de um e de outro. Inclusive uma dica válida é aplicar o batom também com as pontas dos dedos, para dar um efeito "não quero aparecer tanto assim".

O look "Gaga for Versace" é instigante e, ao mesmo tempo, útil e interessante. A variação entre papaya orangenude e ouro antigo suave é funcional até para o dia. Porém, é perigoso! E requer uma boa dose de autocrítica e sinceridade. Teste em casa previamente, chame sua melhor amiga para pedir uma segunda opinião e para ver se os tons se adequam ao seu estilo pessoal e tom de pele, senão corre o risco de parecer uma little monster, baby! (desculpe-me, não resisti ao trocadilho). Falando sério, as cores são ótimas, mas faça bem o teste, ok.

Gaga: combinação inusitada

Seleção de batons:
Papaya Orange, Matte Carrot e Terracota
Tomato, Vinho Quente Suave e Vinho Quente

O visual Dita Von Teese (atriz e performer) é válido, com ressalvas. Para a noite, tudo bem. Mas para ficar menos vintage, aposte em um esfumaçado leve nos olhos e um vermelho mais atual, levemente matte. Neste momento, rouba a cena, ou melhor, entra em cena a dramática e misteriosa Duda Mahler, de "O Rebu"  como não citar a competente Sophie Charlotte, uma das pérolas da nova geração de atrizes? As bocas feitas para ela são maravilhosas: predominam os vinhos e dark nudes. Já o smokey nos olhos, para a vida real pode ser mais leve e menos dramático.

Dita ou Duda? Escolha seu estilo

Outra make-up que está despertando a atenção das mulheres é a da Catarina, vivida pela diva Juliana Paes, na novela "Meu Pedacinho de Chão". Apesar de a atração ser uma profusão de cores surreais, a maioria das faces feitas para a atriz não parecem tão fantasiosas. Em algumas, é claro, será necessário descer os tons ou adaptá-los para algo mais out of screen, mais vida real. Invista nos vinhos, que predominam para ela  são bonitos, sofisticados e muito trends. Também merece destaque a maquiagem da professora Juliana, com nuances que variam entre diferentes temperaturas do cor-de-rosa. Romântica e lúdica! Por outro lado, esses tons podem ser provocantes, de acordo com o figurino. Na Megan Parker-Marra, por exemplo, ficam meio punks e um tanto abusados. Outra vez, percebemos a condição de um contexto na composição do look.

Catarina: make-up "surreal" no limite do usável

Seleção de batons ou Gamas de sombras: você escolhe
Cor-de-rosa (Quente), Soft Berry e Berry Red
Cor-de-rosa (Frio), Roxo e Roxo Escuro

Outro ponto importante é o pó translúcido: use o mínimo possível. Na quantidade errada, é o item que coloca a mulher de volta facilmente no hall das clown faces. Para prevenir qualquer erro, nesse caso, o menos é absolutamente o suficiente. Quando usado para encobrir linhas expressão abaixo e em torno dos olhos, deve ser usado logo após o corretivo. Se usado ao final de toda a maquiagem agirá como um fixador seco (mas não substitui com a mesma força o spray fixador para make-up). Pode ser aplicado por cima do batom, com as pontas dos dedos, para reforçar a fixação e dar um leve efeito matte.

Com essas dicas, procuramos passar por vários pontos da maquiagem, ainda que dez páginas não sejam o suficiente. Não é à toa que o (a) profissional que realiza essa atividade é chamado(a) make-up artist, no cinema. São incontáveis as possibilidades e inúmeras as técnicas. Assim, não temos a pretensão de falar tudo sobre tudo, mas, simplesmente o objetivo de deixar dicas, sugestões de uso das principais tendências.

;-)

12 de julho de 2014

Lapidando as cores


OH,BOY! - Inverno 2014: contrastes vibrantes e inspiração oriental

Em um dos posts anteriores falamos brevemente sobre a temperatura das cores, agora vamos detalhar para vocês como funciona essa história. De um modo simplificado, podemos começar com a percepção das cores primárias: amarelovermelho e azul. Considerando que os outros tons derivam delas, vamos pensar em "chaves de graduação", separadas para cada uma (como em um equalizador sonoro), de modo que seja possível alterar a quantidade de cada matriz básica para formar novas cores. Usando essa analogia  temos que o branco seria o ponto máximo (presença total) de cada uma delas e o preto, o ponto mínimo (ausência total) de cada uma delas.

Nesse modelo, encontramos também as cores secundárias: roxo (ou violeta)verde e laranja  complementares do amarelo, do vermelho e do azul, respectivamente. E visualizamos ainda as funções luminosidade, intensidade e temperatura. Então você consegue, assim como no Instagram, graduar o brilho (quantidade de luz  mais claro ou mais escuro), a saturação (mais intenso ou mais suave) e a tonalidade (mais quente, quanto mais tende ao laranja; mais frio, quanto mais tende ao azul). Cada um desses "pequenos" detalhes produz um efeito, o qual os estilistas conhecem muito bem. É exatamente nesses acessos internos, nos bastidores da concepção de moda, que se "mexe" para produzir efeitos arrebatadores aos olhos do público, diante de uma passarela.

Círculo cromático

Quando repassamos esse conhecimento para as possíveis combinações entre as peças de vestuário, precisamos ainda de outra informação: é necessário compreender o tipo de roupa que se vai escolher. Por exemplo, uchemisier pode ganhar uma "pegada" mais casual ou mais sofisticada dependendo da cor e do material em que seja confeccionado. As possibilidades de uso das texturas e tramas dos tecidos são tantas que, por si só, também interferem na percepção final que se tem de um produto. Texturas mais lisas tendem a ser mais luminosas; texturas mais rugosas tendem a ser mais escurecidas (off colours). Tramas mais abertas tendem a ser mais escurecidas (mas isso varia de acordo com a superfície que encobrem: uma pele muito clara, por exemplo, é uma superfície luminosa, o que fará com que o tecido pareça mais claro); tramas mais fechadas tendem a ser mais luminosas (mas, por exemplo, peles mais morenas farão com que o tecido pareça mais escuro).

Da esquerda para direita:
Azul Cerúleo, Azul Petróleo e Midnight Blue;
Laranja Abóbora, Terracota Alaranjada e Papaya Soft.

Para se obter o look desejado é preciso aprender a “brincar” com a saturação, luminosidade e temperatura das cores, a textura dos tecidos e o tipo/ modelo da roupa, procurando equilibrar essas variáveis dentro do estilo que se quer compor. Quanto mais próximo do tom intenso máximo de cada cor, dentro de uma escala de saturação, mais radical é o contraste. Por exemplo, azul cerúleo laranja abóbora formam uma composição imensamente mais vibrante que midnight blue papaya soft ; ou azul petróleo terracota. Nesse pequeno jogo de variações tonais, feito com mudanças nas cores das palavras, vemos que há muitas possibilidades e que o resultado pode ser planejado. As combinações entre as cores complementares tendem a ser harmônicas, por natureza e, da feita que se consegue aprender o círculo cromático, fica mais fácil encontrar as melhores correspondências.

Da esquerda para direita:
Amarelo cítrico;
Roxo Azulado, Roxo e Vermelho Rubi.

Quando uma cor tende a outra, sua cor complementar pode ser aquela da cor que lhe faz semelhança. O amarelo cítricopor exemplo, terá um bom complementar no vermelho rubi. Por outro lado, nada impede que se use o roxo. Isso é apenas questão de dosar a quantidade e usar o bom senso. Vamos fazer uma experiência prática? Com uma das mãos ou as duas, lateralmente, sobre a ilustração acima, observe que o amarelo cítrico assume uma leve variação tonal quando em presença de diferentes cores. Isso acontece porque nossa percepção de uma cor também depende daquelas com as quais ela se relaciona em uma paleta. Moda também é ciência!

Se você gosta de estampas (amo!), deve observar as cores mais harmônicas para os acessórios e outras peças que componham o look. O ideal é que sejam: de um dos tons da estampa; de uma cor complementar à predominante na estampa; ou ainda nos tradicionais "neutros": preto; cáqui; bege médio; prata; e ouroNão é sempre a cor que define o estilo, mas ela pode ser decisiva para o sucesso de uma produção. Desenvolver uma visão do todo é fundamental para construir o equilíbrio em uma composição. Compreendendo o que nos cai bem, saberemos o que nos deixa com um aspecto “Saint Tropez, depois de um final de semana perfeito” e o que nos deixa “oh, meu Deus, a ventania destruiu meu guarda-chuva”.


8 de julho de 2014

Noite

Outono/ Inverno 2014 - Lucidezo

Não é fenômeno recente essa “quedinha” pelo dark, no mundo da moda. De fato, várias grifes inspiram-se, cada uma ao seu modo, nos tons noturnos para produzir novas coleções, principalmente as de inverno. Há, porém, referências que não seriam de conhecimento comum sem uma pesquisa de culturas. Diante disso, os designers vão ao encontro da matéria-prima existente nas ruas, nos "guetos ideológicos", bares e clubes underground de arte e música alternativa, para captar a essência de uma cultura produtora de códigos imagéticos e tendências que não são vistos habitualmente à luz do dia.

Essa “apropriação” é muito saudável para ambas as partes. Os mais clássicos podem ver informações novas e ter condições de escolher apreciá-las e os mais descolados podem ver seus conceitos, que antes circulavam em meios fechados, sendo compartilhados. Talvez a palavra de ordem seja essa mesmo: compartilhar. Em um mundo onde cada vez mais a produção cultural é intercambiante, o mix de perspectivas sobre o belo torna-se fundamental. Ótimo exemplo dessa migração é a saída de artistas como Amy Winehouse e Adele, de pequenos clubes de new jazz para os postos de artista revelação no Grammy e voz principal em trilha sonora de megaprodução cinematográfica.

Bella Swan e Elena Gilbert tornaram-se referências

Quando se olha para trás e se observa o que vestiam alguns reis e rainhas, em séculos passados, compreendemos mais claramente (sem trocadilhos) a inspiração deste estilo que jamais esteve absoluta e completamente out of use: Gothic  seja em parceria com o Barroco, seja tingindo-lhe por inteiro com nuances escuras, gerando algum outro dress code cujo nome varia ao sabor das décadas. Dark Romance, como tem sido chamado, nada mais é que uma reinterpretação do tema noite. Movimento que teve inegável influência da publicação de certos livros com “personagens que brilham ao sol” ou sobre "outros que precisam usar joias enfeitiçadas para não serem dizimados pelo astro-rei".

Acontece que existe a Avril Lavigne e vem também um certo mood, aparentemente natural, da geração y (ligada em tecnologia e desligada de formalismos) ajudando a construir o novo traje de festa: vestido meio punk/ meio rocker/ meio gótico/ meio romântico + allstar meio detonado. E, de repente, algumas debutantes não queriam mais usar scarpins forrados de cetim de seda. Como disse Lobão: "décadence avec élégance". Tendências opostas construindo uma harmonia possível  muito apreciada em publicações como a Interview.

Rick Genest: mais conhecido como zombie boy

Seguindo adiante, encontramos tipos como o ator, produtor, peformer e fashion model, Rick Genest (que muitas garotas dizem ser belo mesmo coberto de tatuagens). Um dos exemplos onde a autenticidade do estilo pessoal tornou-se marca e Marketing, abrindo-lhe as portas de um sucesso que nem ele próprio intencionava. Pessoas como Rick trazem uma sinceridade blasé às passarelas. E há mais coerência em contratá-lo para desfilar uma punk collection que chamar um baby face e pedir que assuma um “ar rebelde”. Fica tão sem expressão quanto pedir a uma ex-noviça, transformada em modelo do dia para a noite, que encarne uma fatal girl diante das lentes de um fotógrafo!

Aliás, os(as) modelos e manequins tatuados(as) são cada vez mais presentes nas passarelas e editorias. Confirmando o fato de que o fashion code tem que passar pelo que existe de real e pelo que está acontecendo na atualidade das ruas. A natureza e o mundo que conhecemos são feitos dessa dualidade entre o claro e o escuro; o deslumbrante e o insólito. Thierry Mugler que o diga! O equilíbrio está na coexistência. E a moda, conquanto seja tão discriminada por quem não a entende como expressão humana, é um belo palco para o estudo das inúmeras possibilidades criativas.

3 de julho de 2014

Nas pontas dos dedos - Parte 1

Kelly Osbourne: polêmicas à parte, ela aprendeu a usar

É quase impossível falar de moda sem tratar do que há “em torno dela”: maquiagem e cosméticos, esmaltes e correlatos, cortes de cabelo e penteados, perfumes, etc. Tudo isso pode parecer acessório, mas não é. Faz tão parte do resultado final quanto a própria escolha do figurino. Prova disso é que muitos designers (estilistas) passaram a assinar linhas inteiras nessas outras áreas, o que não acontece só por uma questão de lucro, mas por certa visão de completude do que desejam oferecer aos clientes.

Nesta temporada, o branco veio mais “fechado” – o que chamamos “off-white” – em muitas coleções de roupas. Em contraste a ele aparecem o radiant orchid, a cor do ano 2014, e também roxos, fúcsias, vermelhos, azuis, verdes e amarelos. Para sobrepor tons ou fazer oposição harmônica à cor das peças de vestuário, a maquiagem e os esmaltes são aliados imprescindíveis. Mas como fazer isso? Quais são os truqes? As respostas a essas perguntas você confere a partir de agora, com o primeiro de uma série de textos onde traremos sugestões e formas de uso no dia a dia. Neste post apresentamos algumas “trend colors” para as unhas.
o
1-Madrepérola; 2-Radiant Orchid; 3-Grape; 4- Dark-Faded Grape

Seguindo a linha “todas podem usar”, a primeira sugestão é o madrepérola (isso mesmo, ele oscila entre tons de pérola), um esmalte furta-cor que fica bem em vários tons de pele. Possui acabamento com um leve apelo jewel effect, mas sem textura grossa e é bem mais requintado. É coordenável com as peças em brancos, amarelos, beges, cinzas e azuis deste Outono/ Inverno 2014. E vai continuar tendência forte na Primavera/ Verão 2015 (estamos antecipando a dica!). ;-)

Outra boa opção é o radiant orchid (amo!), qualquer que seja o nome dado pelo fabricante. Então podem calibrar os olhos, meninas! A cor é atual, leve e muito bem coordenável com roupas em nuances de amarelo, bege, marrom, azul e até, quem diria, alguns verdes. Ousadia sim! Bom senso, sempre. No próximo post falaremos da temperatura das cores e isso, com certeza vai lhe ajudar muito a medir a harmonia das combinações que pode fazer. Isso serve não só para os esmaltes, mas para todos os itens de composição de um look descolado e inteligente.

A terceira dica lembra muito a cor a cor do açaí, mas vai mais para o lado do uva, e tem sido chamado grape (uva, em Inglês). Não é roxo nem vinho e tem uma pequeníssima gota de rosa antigo bem lá no fundo, que ameniza o tom e deixa tudo mais suave. Pode vir nos acabamentos verniz cremoso, changeant (efeito que produz reflexo acetinado de outra cor, tipo azul ou vermelho), metálico e perolado. Combina hiper bem com roupas em vários tons de bege, nude, amarelo, marrom, azul (evite aqueles azuis com pendor para o verde, a menos que deseje obter um estilo surreal/ "fada"). Fica bem com preto, apesar de produzir, com ele, um visual "dark lady".
o
Vermelho intenso nas unhas
(Maquiagem da premiada Pat McGrath)

Uma variação do grape vem naquela versão “luz apagada”, seria um dark-faded grape (acho chic!) – que, traduzido, seria algo como "uva escuro desbotado". O nome é complicado, mas a cor é bem fácil de identificar. Como os fabricantes nomeiam os esmaltes com parâmetros diferenciados, a dica é ignorar o rótulo e olhar o líquido dentro do frasco. O dark-faded grape fica sofisticado com roupas em tons de branco/ off-white e pode ser usado com a mesma cartela de looks aplicada ao grape.

Para aguçar ainda mais sua vontade de trocar agora a cor dos esmaltes nas unhas, deixamos uma segunda paleta de "hot colors" para a temporada. Acrescentando que madrepérola, radiant orchid e nude podem ir muito bem à praia! E, atenção, tenha cuidado com o efeito total glitter nail, seja para qual for a cor de esmalte que usar (a menos que você seja uma artista de palco, protagonista em uma fashion debut ou queira mesmo “causar”), o excesso de brilho facilmente entra naquela categoria “gosto duvidoso”. Muitas vezes o "menos é mais". ;-)

1-Nude; 2-Dark Nude; 3-Vermelho Intenso; 4-Dark Coffe