1 de julho de 2014

Bom, limpo e justo

Para resgatar o prazer

O trânsito cada vez mais caótico nas grandes cidades, os compromissos da agenda de trabalho, alguma falta de atenção nas escolhas do menu ou a descrença no resultado de uma mudança de rumo; vários são os motivos que levam muitas pessoas a abrirem mão de manter uma dieta bem equilibrada e saudável. Mas a vida não precisa ser assim tão desgastante. Você já ouviu falar sobre o Slow Food? Não? Então, hoje vamos falar dele.

Fundado na Itália, em 1989, o Slow Food é um movimento que busca “reorientar” o prazer do ser humano em relação ao alimento. Trata-se de um resgate de tradições culinárias locais (regionais) e da luta pela preservação de uma agricultura sustentável tanto para o meio ambiente quanto para o produtor e o consumidor. Enquanto procura evidenciar que uma alimentação mais natural pode ser a chave para a conquista da saúde integral (que vários tipos de suplementos por aí prometem mas não cumprem).

O prazer de que trata o movimento não é aquele dos exageros do consumo, sobrecarregado pelo excesso de sódio, açúcar e gorduras saturadas (aquelas que fazem mal) presentes nas fast foods (não é à toa que também são chamadas junk foods). Ao contrário, assemelha-se mais a um "manual de reconstrução" da satisfação pessoal em alimentar-se bem, de modo consciente e sem prejuízos para a natureza como um todo.

Sem milagres e com resultados para a vida!

A dieta propagada nessa filosofia de vida, por sua vez, não diz respeito somente a uma perda de peso (para que se possa caber, ou voltar a caber, em uma calça skinny número trinta e seis). Não é uma dieta da moda. É mais assim um "discurso" (que pode até parecer "piegas", dependendo de como cada um pensa), uma forma de fazer rever/ repensar nossas relações com os ecossistemas e  com o próximo, no mundo – combatendo o desperdício na produção agrícola, melhorando a distribuição do lucro entre os pequenos produtores e tornando-se participativo no processo (um coprodutor). Conforme resume o próprio fundador, Carlo Petrini, a agenda visa o que seja “bom, limpo e justo”.

Por sua vez, a Medicina tem voltado atenções sobre as potencialidades regeneradoras presentes em grãos, frutos, hortaliças, legumes e, inclusive, nas carnes magras – brancas e vermelhas. Pesquisas científicas na área da Nutrição estão sendo cada vez mais respeitadas pela opinião pública, ganhando credibilidade no dia a dia do cidadão comum. Logo, a função principal de movimentos, como o Slow Food, e programas de reeducação, como The Food Hospital (que, traduzido, seria algo como “O Hospital Alimentar”) é ir além do "sensacionalismo" aparente; é apresentar ao consumidor/ telespectador as melhores escolhas, conciliando praticidade e alimentação balanceada.

Certo é que o cardápio ideal é moderado e tem como objetivo a vida. Portanto, vai comer rápido? Mastigue bem. Está numa praça de alimentação onde só tem lanchonetes? Escolha o pão integral e o suco, ao invés da batata frita com refrigerante. E que tal recusar os molhos artificais, catchups e maioneses? Difícil? Só você pode se responder. Mas lembre-se: ultrapassando a moda que vestimos, a beleza pode sim vir de dentro para fora.

;-)