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OH,BOY! - Inverno 2014: contrastes vibrantes e inspiração oriental |
Nesse modelo, encontramos também as cores secundárias: roxo (ou violeta), verde e laranja – complementares do amarelo, do vermelho e do azul, respectivamente. E visualizamos ainda as funções luminosidade, intensidade e temperatura. Então você consegue, assim como no Instagram, graduar o brilho (quantidade de luz – mais claro ou mais escuro), a saturação (mais intenso ou mais suave) e a tonalidade (mais quente, quanto mais tende ao laranja; mais frio, quanto mais tende ao azul). Cada um desses "pequenos" detalhes produz um efeito, o qual os estilistas conhecem muito bem. É exatamente nesses acessos internos, nos bastidores da concepção de moda, que se "mexe" para produzir efeitos arrebatadores aos olhos do público, diante de uma passarela.
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Círculo cromático |
Quando repassamos esse conhecimento para as possíveis combinações entre as peças de vestuário, precisamos ainda de outra informação: é necessário compreender o tipo de roupa que se vai escolher. Por exemplo, um chemisier pode ganhar uma "pegada" mais casual ou mais sofisticada dependendo da cor e do material em que seja confeccionado. As possibilidades de uso das texturas e tramas dos tecidos são tantas que, por si só, também interferem na percepção final que se tem de um produto. Texturas mais lisas tendem a ser mais luminosas; texturas mais rugosas tendem a ser mais escurecidas (off colours). Tramas mais abertas tendem a ser mais escurecidas (mas isso varia de acordo com a superfície que encobrem: uma pele muito clara, por exemplo, é uma superfície luminosa, o que fará com que o tecido pareça mais claro); tramas mais fechadas tendem a ser mais luminosas (mas, por exemplo, peles mais morenas farão com que o tecido pareça mais escuro).
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Da esquerda para direita: Azul Cerúleo, Azul Petróleo e Midnight Blue; Laranja Abóbora, Terracota Alaranjada e Papaya Soft. |
Para se obter o look desejado é preciso aprender a “brincar” com a saturação, luminosidade e temperatura das cores, a textura dos tecidos e o tipo/ modelo da roupa, procurando equilibrar essas variáveis dentro do estilo que se quer compor. Quanto mais próximo do tom intenso máximo de cada cor, dentro de uma escala de saturação, mais radical é o contraste. Por exemplo, azul cerúleo e laranja abóbora formam uma composição imensamente mais vibrante que midnight blue e papaya soft ; ou azul petróleo e terracota. Nesse pequeno jogo de variações tonais, feito com mudanças nas cores das palavras, vemos que há muitas possibilidades e que o resultado pode ser planejado. As combinações entre as cores complementares tendem a ser harmônicas, por natureza e, da feita que se consegue aprender o círculo cromático, fica mais fácil encontrar as melhores correspondências.
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Da esquerda para direita: Amarelo cítrico; Roxo Azulado, Roxo e Vermelho Rubi. |
Quando uma cor tende a outra, sua cor complementar pode ser aquela da cor que lhe faz semelhança. O amarelo cítrico, por exemplo, terá um bom complementar no vermelho rubi. Por outro lado, nada impede que se use o roxo. Isso é apenas questão de dosar a quantidade e usar o bom senso. Vamos fazer uma experiência prática? Com uma das mãos ou as duas, lateralmente, sobre a ilustração acima, observe que o amarelo cítrico assume uma leve variação tonal quando em presença de diferentes cores. Isso acontece porque nossa percepção de uma cor também depende daquelas com as quais ela se relaciona em uma paleta. Moda também é ciência!
Se você gosta de estampas